Penso as relações com abertura, sinceridade, frontalidade. Não consigo sustentar amuos, mal-entendidos, palavras por dizer. Sei que às vezes sou bruta nesta forma de agir, que a minha frontalidade fere e incomoda, que às vezes ofende. Mas os silêncios piedosos, as incompatibilidades por resolver e as dores caladas são sempre mais cruéis, porque aquilo que não se verbaliza fica a doer para sempre, a escarafunchar-nos por dentro e ergue muros difíceis de transpor entre o que somos e o que o outro pensa e sente que somos. A palavra, por mais dura que seja, vem dar espaço ao entendimento, à compreensão do outro, à partilha de emoções, ao fortalecimento das relações. Calar a dor não a destrói, pelo contrário, amplifica-a. Fá-la gritar-nos aos ouvidos a sua presença e trá-la à superfície sempre que estamos mais frágeis. Há entendimento sem palavras, que há. Às vezes, esse é o mais forte e profundo, porque prescinde de quase tudo, bastando-nos existir para percebermos o outro e para que
Aqui, fala-se de filhos e de tudo o resto...