Era tarde. Os candeeiros altos com luzes amarelas iluminavam a rua. De tempos a tempos, um carro aparecia devagar. Rodava a uns 30 km/h para parar e fazer inversão de marcha. Ela esperava dentro de um Volkswagen amarelo. Estava sentada ao volante com a cabeça encostada à cabeceira do banco. Quase não se movia, apenas oscilando o olhar entre um novo carro que se aproximava e o vazio. Olhava o carro e voltava a encostar-se como se a espera não pudesse ser interrompida. Nem o movimento junto ao Honda cinzento lhe quebrou a serenidade. Conferia os automóveis que chegavam e marcavam o prolongamento da sua espera. Nada havia que a inquietasse. Trazia a tranquilidade aos ombros que a prendia ao banco e a mantinha impávida. As pessoas do Honda falavam alto e gesticulavam. O carro tinha empanado e não conseguiam fazê-lo voltar a mover-se. Eram três. Dois homens e uma mulher. Ela, no lugar do condutor, rodava a chave e carregava no acelerador, enquanto eles, decididos e enérgicos, empurrav
Aqui, fala-se de filhos e de tudo o resto...