Amanheci em desalento. A noite havia sido pouca, levantei-me irritada e sem sono que, há já vários dias, andava em falta, chorei, discuti. Não saí de casa até à hora em que fui ao supermercado. No espelho, antes de sair, vi-me velha e cheia de rugas, cabelo estranho, olheiras, olhar triste e cansado. O fim do dia prometia não destoar do seu início, ainda mais por ter de ir às compras que detesto. Já no supermercado, na secção dos laticínios, encontrei dois chineses em busca de leite gordo. Olhavam as prateleiras desorientados e pediram-me socorro. Procurei o que pretendiam e ajudei-os a distinguir as várias qualidades de leite para que numa próxima ocasião não precisassem do auxílio de ninguém. Agradeceram-me muito e levaram o produto que pretendiam. Na secção dos congelados, uma senhora abalroou-me o carrinho de compras. Pediu-me imensas desculpas e devolvi-lhe um sorriso acompanhado por um "não faz mal". Na padaria, esqueci-me de tirar a senha e a freguesa
Aqui, fala-se de filhos e de tudo o resto...