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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2016

Da paixão

J.- O que eu gosto mais, de tudo, é de basquetebol! Eu - Sim, eu sei. J.- Bem, tudo menos tu, o pai e a avó... Eu - Sim? Sinto-me muito lisonjeada. J. - Podia morrer tudo, menos tu, o pai e a avó, e se eu só tivesse o basquetebol era feliz!

Brad e Angelina ou Pitt e Jolie. Enfim, o que quiserem

DAQUI Confesso que o título e a imagem são armadilhas para atrair o monte de voyeurs  que segue a saga do divórcio dos dois actores americanos para este meu bloguezinho solitário. Sim, gosto de utilizar estas técnica manhosas para falar de assuntos sérios a pessoas que só se interessam por coscuvilhar a vida alheia. Sim, sou manhosa que me farto! De escudo em punho para me proteger das pedras que me queiram atirar, digo-vos que o caso Brad e Angelina ou Pitt e Jolie, ou até "Bradjelina", como preferirem, não me interessa minimamente enquanto conto de fadas destruído. Sim, eles são lindos de morrer, e tal, e tal, e tal, mas se me deu para reflectir sobre este assunto não foi só para atrair os amigos voyeurs (pois... sou uma "intelectualoide" de categoria que raciocina até sobre temas mundanos e sem interesse nenhum, pintando-os de outras cores para falar de coscuvilhices sem descer ao nível dos coscuvilheiros), mas essencialmente para me focar na reacção das

Múltiplos

Perdemo-nos a cada segundo que gastamos imersos em múltiplos. Já raramente paramos para ler, ouvir, ver, sentir ou falar. Fazemos tudo ao mesmo tempo numa pressa que algo se esgote. Querem-nos capazes de dominar vários idiomas, ferramentas, técnicas. Querem que sejamos dinâmicos e que tenhamos mil e uma competências; que estejamos aptos para tudo. Se não temos determinada competência ou se não estamos aptos para certa função, que desenvolvamos as competências em segundos e que aprendamos rápido tudo o que ainda não sabemos. Querem-nos imensos num. Queremo-nos imensos num. E corremos a colmatar cada falha, cada vazio, cada incapacidade. Para quê? De que vale sermos vários se não conseguimos ser um? Se gastamos tempo a ser vários, em vez de nos demorarmos num? Perdemos histórias, música, cor, toque e palavras. Perdemos vida a cada momento, a cada instante que nos ausentamos de nós mesmos. E ausentamo-nos tantas vezes. Saímos de nós para buscar outros que não fomos, que não somo

Fã do Harry Potter, mas nem tanto...

Perguntei ao meu miúdo se queria ir ao lançamento do novo livro do Harry Potter na Ler Devagar. - Achas? Quero o novo livro, mas não vou em palhaçadas! Agora andar lá naquele amontoado de gente mascarada?! Ok, encomendo-o online . DAQUI

Dos blogues

DAQUI Comecei isto dos blogues faz tempo. Mais precisamente em 2011. Faz tanto tempo que este menino aqui já completou cinco anos em Agosto. Há cinco anos e picos que venho para aqui arrotar as minhas postas de pescada. Primeiro, em núpcias das delícias da maternidade; depois confrontada com o fim das núpcias; hoje, com a consciência de que a maternidade se expande por tudo o que é lado da vida da gente. Nunca, mas mesmo nunca, tentei tornar este blogue num lugar cuchi-cuchi, fofinho e queridinho. Este lugar não é de todo fofinho. Não há por aqui adoçantes da vida, nem marcas a embelezar o que se passa por dentro e por fora da minha experiência enquanto mãe, ou enquanto pessoa, ou até mesmo a comandar o que escrevo. Não me deixo limitar por "politicamente correctos" ou estereótipos que atentem contra a minha liberdade na escrita. Escrevo o que me dá na real gana, quando me dá na real gana. Em tempos, cheguei a ter por aqui uma publicidade, mas nada que me prendesse

Mediocridade

DAQUI Entristece-me constatar que quem está à frente de grupos, os ditos lideres, são, geralmente, pessoas menores. Chamo-lhes "menores" não por acreditar que existem vários de níveis de pessoas, mas por considerar "menores" aqueles que se deslumbram e pavoneiam numa insegurança e falta de carácter que só o exercício do poder (por mais diminuto que seja) sobre aqueles que consideram maiores do que eles desfaz a mediocridade em que vivem. A mediocridade de cada um, se não bem gerida pelos próprios, transforma-se em cancros sociais que apodrecem o que os circundam, criam raízes até aos extremos e atacam todos os órgãos. Estamos cheios de cancros que destroem tudo em raios de cinco metros. Infectam instituições, pessoas e valores. Infectam e alastram-se. Movem multidões em redor de falácias e imprimem a auto-destruição na verdade e na autenticidade daqueles que lhes são maiores. E "maiores" são aqueles que não precisam do poder para se sentirem cheio

A morte do encantamento

DAQUI O excesso de informação, conjugado com o fácil acesso ao esclarecimento de dúvidas pontuais e com a falsa proximidade do que dantes se sentia inalcançável, tem contribuído para a morte do encantamento. Se o que nos era distante se fez perto, mesmo que virtualmente perto, o fascínio da descoberta foi-se esvaindo na ilusão do conhecimento. A falsa proximidade e o aparente saber como a perda do pudor no exibicionismo parvo. Lembro-me do constrangimento em se venerar a própria imagem; do recato no orgulho das qualidades estéticas ou na admissão das virtudes pessoais. Sei que em muitos casos a suposta modéstia se fazia por polidez. E, por isso, não a tenho de grande valor, mas não tenho dúvidas que o excessivo culto do corpo e da aparência, assim como a auto-promoção das qualidades e competências de cada um, em praça pública ou gritados aos sete ventos, num narcisismo assoberbado, têm a sua dose de responsabilidade no definhar do encantamento. Temos vindo a perder

Um olhar em silêncio que nos prende ao amor

Passam carros e gentes em corrupio. Hora de ponta na cidade e a quietude em nós. O largo enche-se de vidas cruzadas apenas pelo espaço. Seguem trilhos, na ignorância de que o caminho é já definido. Vão. E vêm. O silêncio ampara-nos no tempo perdido e prende-nos por dentro. Fechamos portas ao quotidiano e abrimos janelas ao pensamento. Enclausuramo-nos na solidão daqueles que, alheios ao mundo, vivem de sentir. O som da rua grita em vão, enquanto o olhar se demora em quem amamos. Porque ao amor nada o rodeia. Não há carros, não há gentes, não há sons. Há o silêncio do olhar que diz mil palavras sem um ruído. E no entanto, toca-nos na pele e acelera-nos o coração... Enche-nos os espaços que não temos para o mundo e diz-nos que vida é só isto, um olhar em silêncio que nos prende ao amor.

Vejam só o que encontrei!

Resumindo :  Licenciatura em marketing (um profissional certificado); Gosto pela área comercial (amor cego que se venda barato);  De preferência, recém-licenciado (cabeça fresquinha e sem manhas); Com vontade de aprender (que aceite, feliz, todas as "óptimas" condições de trabalho que lhe oferecem, porque os ensinamentos não têm preço); Disponibilidade imediata (já a sair de casa e a arregaçar as mangas);  Carta de condução (vai de carro e não seguro, como a Leonor descalça do Camões);  Oito horas de trabalho por dia e não por noite (muito tempo luminoso para aprender, sem necessidade de acender velas). Tudo isto, a troco de: Um contrato a termo incerto (um trabalho p'rá vida); 550€ / mês de salário negociável (uma fortuna que pode ser negociável, caso o candidato seja um ingrato); Refeições incluídas (é melhor comer bem durante as horas de serviço, porque vai passar muita fominha a partir daquela hora do dia em que tiver de

Strangers in the life

Já vos disse que os seres desta casa são estranhos? Ups, está escrito a um "post" daqui, mesmo ali em baixo! Este Verão, fomos de férias a nossa habitual semanita. Há anos que não temos mais de uma semana de férias. Para ser sincera, acho que nunca tivemos mais do que isso. Não, pensando bem, já tivemos sim, uma vez ou outra. Normalmente chega-nos esse tempo para desanuviar, mudar de ares e recarregar baterias e, nestas férias, seguimos o costume. Este ano, fartos de andarmos agarrados a computadores e tecnologias, sedentos de ar livre e aventura, pegámos no carro e seguimos a sul, rumo somewhere . A única coisa que acordámos com antecedência foi ir para sul junto à costa. Metemos o filho, sacos com alguma roupa, tenda e sacos-cama na bagageira (não o filho não foi na bagageira, só as tralhas) e lá fomos por este país abaixo. Deixámos os computadores arrumaditos em casa e usámos os telemóveis só quando estritamente necessário. E o estritamente necessário foi sossegar a

Toiro "encrençado"

Hoje, gritei com o miúdo, coisa que não é hábito cá em casa. O meu filho é touro de signo e, como um belo espécime do signo, às vezes "encrença". Fica a marrar nas traves e não sai dali até ficar com um belo galo na cabeça. Já anda "encrençado" há algum tempo com uma questão lá da vida dele de pré-adolescente e, eu e o pai, temos tentado desviar-lhe a atenção das tábuas para coisas mais alegres, mas o miúdo é tramado e tem continuado a insistir em ficar ali a marrar, a marrar, como se não houvesse amanhã. Hoje, passei-me e gritei-lhe até que abrisse os olhos. "Porra, pá, sai daí, não vês que só magoas a cabeça e não derrubas essa porcaria!", saiu-me. Abriu os olhos de espanto com a minha reacção e, finalmente, começou a pensar que aquela treta de marrar nas traves só dá dores de cabeça e não derruba nada. De repente, pareceu que viu a luz. Começou a pensar, a pensar, a pensar tanto que quase se "encrençou" para um lado diferente: que realm

O engano

O meu homem, enquanto estende a roupa (sim, cá em casa a roupa é cena dele. Somos estranhos, eu sei!), ouve música. Aliás, ele ouve sempre música, mas hoje, enquanto estava a ouvir música e a estender a roupa e eu a arrumar a loiça do almoço (sim, apesar do moço tratar da roupa, eu também faço umas coisitas cá por casa. Sim, eu sei, parece que somos mesmo estranhíssimos!), pôs os Pink Floyd a tocar. Ao som dos Pink Floyd, comecei a pensar que hoje há pouca cultura que faça as pessoas pensarem como por exemplo os Pink Ployd faziam; que conteste os poderes; que ponha em causa as ditas verdades universais; que cause indignação e contestação. Vivemos na sociedade do engano. Julgamos que temos liberdade, quando somos nós mesmos que restringimos a liberdade, calando-nos. Já não defendemos causas, mandamos umas bocas e ficamo-nos por aí. Os poderes estão instituídos e aceitamo-los, pura e simplesmente, sem um ai realmente sentido. Encolhemos os ombros e distraímo-nos com outras coisas par

As calças

Não gosto de ir às compras. Detesto cada vez mais. Nenhumas compras. A única loja em que gosto de entrar é na de livros. Todas as outras dispenso. Hoje, tive de ir ver roupa. Tenho roupa de que já não gosto e preciso de uma peça ou outra. Costumo ir às compras a sítios baratos, com saldos, promoções, etc. Como já não dou grande importância ao que visto, não exijo grande qualidade, desde que goste, prefiro o barato. Como com quase a maior parte das coisas. Apenas os livros me impelem à compra, me tentam. Não me entretenho a coleccionar bens materiais. Há outras coisas que me satisfazem. Não preciso de ter para sentir que sou. Preciso mais daquilo que não é comprável, o que acaba por ter um valor muito superior, sair mais caro, mas ficar para sempre. Sou, assim, um bocado esquisita e difícil de contentar. Mas hoje, teve de ser. Mau dia, já que ao sábado, depois do fim do mês, há imensa gente a gastar o ordenado nas lojas por aí. E, especialmente, nas baratas. Foi um tormento. Nã