Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2014

Estudar QB

Tenho uma guerra com o ATL que o meu filho frequenta: O tempo que ele dedica ao estudo! Dizendo só isto, aparecerão vários pais e mães a dizer "oh, também eu! Grande novidade! Os miúdos não estudam nada nos ATL!".  Só que o meu problema é ao contrário: eu quero que o meu filho estude MENOS no ATL. Ou seja, eu quero que o meu filho apenas faça os TPC no ATL! Nada mais, nada menos, apenas os TPC. Sou estranha, maluca, whatever ... Mas, por favor, deixem lá a minha criança em paz, que ela não precisa de estudar mais, ok? Desnaturada? Chamem-me o que quiserem, mas fiz um "acordo" com o meu filho e quero continuar a cumpri-lo enquanto ele cumprir a parte dele. Certo? Pode ser? Deixam-me? Será que as educadoras do ATL podem deixar de lhe receitar cópias e porcarias dessas para ele fazer? Fazem esse favor aqui à je ?  Eu não quero ter um filho com uma letra lindíssima! Eu não faço questão que o meu filho tenha 100% em todos os testes! Eu não quero que ele

A Rita e a Lina

Há pais viciados na Rita e na Lina. Há pais que não conseguem olhar para os filhos sem que estes estejam drogados. É completamente incomportável para estes pais que os filhos não queiram fazer os trabalhos de casa; que se distraiam com a mosquinha que lhes viaja pelo quarto enquanto estão sentados na secretária a olhar para os cadernos da escola que gostariam de queimar; que tenham uma letra feia; que prefiram andar aos saltos a estar concentrados em merdas que não lhes dizem absolutamente nada, porque a vida é feita de vídeo-jogos e televisão e tudo o resto não interessa nem ao menino Jesus, nem vale metade da atenção que despendem com coisas importantes como os jogos em que podem passar de nível. "Estão doentes, de certeza" pensam os pais. E levam-nos ao pediatra que os encaminha para um psicólogo, que não os deixa sair sem um diagnóstico e uma receitazinha da Rita mais a Lina, uma anfetamina prima da cocaína, que os deixa sossegadinhos, direitinhos, atentos, obediente

Felicidade ou Autonomia?

Vi este vídeo num blogue, mas já não sei qual, por isso não menciono a origem. Se o autor/autora desse blogue passar por aqui, deixe-me o link , por favor, para eu o poder acrescentar ao presente "post".  Não gosto de ter por aqui coisas roubadas sem mencionar de onde roubei! Sou uma ladra com princípios, porra! Devo dizer que vale bem a pena ouvir o que o Humberto Maturana, neurobiólogo, e  a Ximena Davila, professora, ambos chilenos, têm para dizer. Está relacionado e fez-me questionar aquela conversa ali do lado direito ao pé da minha foto...  Queremos filhos felizes ou autónomos?  Caraças, que esta história da maternidade é mesmo tramada!

Ódiozinho

Detesto aquela mania que a maior parte das pessoas, geralmente em grupo, tem de faltar ao respeito e gozar com as pessoas de aspecto frágil que mais demonstram consideração, e atenção, pelos outros! Ó pá, detesto!

Boca Surda

Esta coisa de se dizerem as palavras certas não encaixa em mim.  Tento ser assertiva. Não ofender, não desprezar, não magoar, mas normalmente não consigo. Saem-me os pensamentos em rajadas sem que consiga travá-los a tempo.  E esta fúria que me obriga a pensar com a boca. Esta indignação perante os absurdos da vida, e dos outros. E o cérebro a ordenar à boca que se cale. E a boca surda.  Confundem-se-me as funções e falo com a cabeça, depois de pensar com a boca. E o cérebro grita. E a boca surda. Raios, que se me desorganiza tudo! E as caras fecham-se. E a boca cega e surda. Arre!

Cowboy do Mar

Carrega o mar aos ombros Recolhe o céu no colo Desfaz tristezas Mordisca os cantos ao infinito Flameja os ecos do silêncio Dissolve a dor Saboreia o sal da calma Cheira o doce às águas Pastoreia peixes  DAQUI

"Meu Pai, Eu Confesso, Eu Faço Prosa e Verso"

O Cabelo do Rapaz Castanho

O J. descrevia-me o cabelo de um miúdo lá da escola nova: - Era assim como as cabeleiras dos palhaços, sabes? Mas só para cima - com as mãos desenhava o cabelo do miúdo no ar em volta da própria cabeça - E ele rapou-o assim nos lados - passou os dedos acima das orelhas, da frente para trás, como se traçasse dois riscos nos lados da cabeça. - Estou mais ou menos a ver. O rapaz era preto? - Ó mãe, não perguntes isso assim. Para mim isso é racismo! - ofendeu-se. - Eu não estou a dizer "preto" num tom depreciativo. Sabes perfeitamente que não sou racista. Mas estamos a falar do cabelo de um rapaz e é importante para eu o imaginar melhor saber se o rapaz é preto ou não. Se é uma carapinha ou não faz toda a diferença. Além disso eu falo em "pretos" como falo em "brancos", quando a cor da pele é importante naquilo que estou a dizer. Não estou a fazer nenhum juízo de valor, nem considero as pessoas melhores ou piores consoante a sua cor. - O que é uma c

Nirvana In Utero, Please!

Ok, confesso que estou um pouco nervosa. Tentei armar-me em fortalhaça , mas não estou a conseguir dar conta do recado. O miúdo mudou de escola e saltou, num abrir e fechar de olhos, de ciclo. Ainda ontem estava eu a chorar nas escadas da creche por largar o meu piolhinho de quatro meses nas mãos de estranhas e hoje voltei a largá-lo numa escola enorme, com miúdos enormes (alguns já com barba e tudo) nas mãos de... de... DELE PRÓPRIO! Isto é assustador! Como é que ele foi capaz de crescer tão rápido, sem esperar que eu estivesse preparada? Como é que ele, assim de repente, foi capaz de ir para o segundo ciclo e passar a calçar o número quarenta e um sem sequer me avisar ou pedir autorização? O sacaninha do miúdo até já compra senhas para os almoços na cantina e tudo! Expliquem lá, mães experientes, como é que se gerem estes medos, medos não, pavores, sem que nos colemos às costas dos filhos tal lapas às rochas? Sim, porque vê-los crescer é muito lindo e cheio de poesia, mas esta

- Mãe, Acreditas Naquela História do Jesus Christ Superstar?

- Mãe, tu acreditas na história de Jesus? - Que existiu um maluco com a ilusão de que podia mudar o mundo e que se chamava Jesus? Acredito. De vez em quando, ao longo da história, aparece um! - Estás a falar com um desses malucos. - Quem, tu? Acreditas que podes mudar o mundo?  - Sim! - Ah que bom! Esperemos que consigas! - Mas o que eu queria saber era se acreditas naquela história toda, do Jesus Christ Superstar . - Acredito que existiu aquele maluco que pensava que com amor podia mudar a humanidade. Mas no que toca aos milagres e essas coisas já não acredito. - Eu não acredito em nada disso. Se as pessoas querem ser todas iguais umas às outras o mundo nunca vai ser melhor, porque elas são todas iguais. Jesus era judeu? - Sim, acho que sim. Por isso o chamavam de Rei dos Judeus. Lembras-te daquela parte do filme em que o rei Herodes e Pilatos o chamam de  king of the Jews ? - Lembro. Que milagres é que diziam que ele fazia? - Diziam que fazia os paralític

(Des)parametrizar

Vivemos parametrizados, cercados por regras e padrões que nos prendem, que nos amarram, a convenções que, por vezes, nada têm a ver com as nossas. Vivemos presos a um cabelo assim, a um corpo assado, a padrões de pensamentos, de comportamentos, de opiniões, de bens materiais, de coisas e mais coisas. Vivemos sepultados numa imagem que não nos reflecte. E podemos viver assim anos, décadas. Podemos viver assim eternamente. Ou podemos, um dia, abrir os olhos e enxergarmo-nos. Olharmos para dentro e vermos aquilo que somos. Sentirmo-nos bem num corpo menos estereotipado, gostarmos daquela cicatriz, afeiçoarmo-nos àquele dentinho torto, àquela assimetria do rosto. Sentirmo-nos bem num penteado que não está na moda, numa roupa que não se usa, gostarmos de comida picante, detestarmos gin, preferirmos andar descalços, adorarmos rebolar na areia, passarmos a olhar o infinito em vez do ecrã de um computador e libertarmo-nos de padrões que não nos dizem nada. Libertarmo-nos daquilo que não nos

Pégaso

Sonhei com a minha égua. No sonho, ela estava morta, deitada debaixo de um oleado há quinze dias e de repente mexeu-se. De repente, estava viva outra vez. O meu coração saltou de felicidade, mas a dúvida, a incompreensão de como aquilo tinha sido possível não parou de me importunar. Acordei.  Passei o resto da noite a tentar continuar aquele sonho. Queria-a viva mais um bocadinho, mas não a consegui segurar no sonho. Ela virou costas, e voou. Outra vez. DAQUI

Vamos?

DAQUI Porque a  Ana Casaca  escreve maravilhosamente, porque podemos por lá encontrar um bocadinho da  Silvina .

Vícios Maus

Já disse aqui que sou viciada em livrarias, certo? Pois o pai do J. também é um grande adepto destas lojas.  Já o "piqueno" J., que herdou o vício à força de ter de visitar umas quantas, resolveu o problema dos momentos mortos à nossa espera a procurar um livro igual ao que está a ler e continuar a leitura que interrompeu em casa. Assim, mal entramos numa casa de livros é ver-nos cada um para seu lado a fim de tomar a dose livresca.  Gostava de ver a nossa figurinha, gostava, gostava!