Para o ano que vem, quero muitas coisas. Tal como toda a gente, quero que o ano seja melhor do que este, que a saúde, o amor, o dinheiro e a felicidade não faltem. Mas também quero ver-me livre de umas tantas coisas. Entre estas coisas, estão as gentes boazinhas e invejosas. Não sei se será impressão minha, ou se, realmente, há mais gente boazinha e invejosa por aí. Não falo da gente boazinha e invejosa em simultâneo, mas da gente boazinha e da gente invejosa. Em separado. Gentes diferentes, mas igualmente irritantes. A boazinha é aquela que faz e diz tudo o que é politicamente correcto. Tem sempre a palavra certa, no momento certo. Cheia de amor espalha-o em tudo em que toca. Ama todos os animais, todos os pobrezinhos e todos os doentes. Indiscriminadamente. Sejam eles uma destas três coisas, a gente boazinha ama como se de um filho se tratasse. Exerce o bem, dia sim, dia sim. Tem uma paciência infinita até para os mais chatos. Enfim, é gente boazinha que nunca mais acaba.
Aqui, fala-se de filhos e de tudo o resto...