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Entristece-me constatar que quem está à frente de grupos, os ditos lideres, são, geralmente, pessoas menores. Chamo-lhes "menores" não por acreditar que existem vários de níveis de pessoas, mas por considerar "menores" aqueles que se deslumbram e pavoneiam numa insegurança e falta de carácter que só o exercício do poder (por mais diminuto que seja) sobre aqueles que consideram maiores do que eles desfaz a mediocridade em que vivem.
A mediocridade de cada um, se não bem gerida pelos próprios, transforma-se em cancros sociais que apodrecem o que os circundam, criam raízes até aos extremos e atacam todos os órgãos.
Estamos cheios de cancros que destroem tudo em raios de cinco metros. Infectam instituições, pessoas e valores. Infectam e alastram-se. Movem multidões em redor de falácias e imprimem a auto-destruição na verdade e na autenticidade daqueles que lhes são maiores. E "maiores" são aqueles que não precisam do poder para se sentirem cheios, porque a mediocridade não lhes mora na alma que a expiam sem pisar o que os rodeia. Porque a mediocridade existe sempre, só a capacidade de a expiar é exclusiva de alguns. Como a frustração, a dúvida ou a insegurança que todos temos, mas que dependem de uma gestão cuidada para que não nos engulam.
Os menores, esses assoberbados pela própria pequenez, crescem sempre que o poder lhes é entregue. E exercem-no com furor sobre o mundo, destruindo-o e absorvendo-o para a bolha minúscula em que se movem. Fazem-na crescer e enchem-na dos que a poderiam rebentar.
Entristece-me ver aprisionada na bolha tanta gente de valor, afogada pela mediocridade de alguns, enclausurada na inércia dos menores, corroída pelos cancros que estes alimentam na ostentação da própria pequenez.
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Vá lá, digam qualquer coisinha...
...por mais tramada que seja...