Hoje, vi o meu avô nos olhos de um senhor sentado num banco de jardim.
Olhava para dentro como o meu avô tanto olhou até que se perdeu por lá. Dobrava a perna, o senhor, numa ginástica que chamava os músculos adormecidos à vida. Ordens do cérebro que já não lhes chegam. Cabeça que ordena a corpo que não cumpre.
Hoje, vi o meu avô nos olhos de um senhor sentado num banco de jardim.
Como o vejo por aí, de vez em quando. Como o vejo em flores e gatos. E em sonhos. Encontro-o em sonhos como gostava de o encontrar no banco de jardim.
Hoje, nos olhos do senhor. E na perna.
Hoje, na ausência do olhar e na saudade imensa.
São as saudades, ai as saudades.
ResponderEliminarbeijinhos