Durante o jantar.
- Mãe, depois ajudas-me a estudar?
- Estudar? Ou a fazeres os TPCs?
- A estudar. Preciso estudar os ossos.
- Podemos começar agora. Começa lá a dizer os ossos!
- Frontal, parietal, temporais, occipitais. - diz muito rápido enquanto vai colocando as mãos nos sítios onde acha que são os ossos. - Está bem?
- Hum, não sei, repete lá!
Repete um pouco mais devagar.
- Frontal, parietal, temporais, occipitais.
- Eh pá, já não me lembro muito bem. Tens a certeza que os occipitais são aí? - ele tinha apontado para o maxilar.
- Não.
- Pois... Acho que não são ai. Temos que ver no livro depois do jantar.
- Mas eu não tenho cá o livro...
- Isso é que está mal. Já não me lembro bem dos nomes dos ossos, preciso ver num livro.
Continuámos o jantar com o J. a dizer os restantes ossos e eu, e o pai, a tentar corrigir. O pai foi corrigindo os das pernas e braços e eu lá me safei com os das mãos e pés. Ficaram os da cabeça por verificar.
Depois do jantar.
Abro um dos vários livros que o J. tem sobre o corpo humano e mostro-lhe onde estão descritas as várias partes do cérebro, já que todos os livros têm o crânio numa peça inteira e não discriminam os diferentes ossos que o constituem.
- Vês, o osso occipital é aqui atrás, e é só um, cobre o lóbulo occipital?
O livro tem daquelas janelinhas que mostram mais informação quando as abrimos. Abro-a e o J. lê e depois diz:
- Esta parte do cérebro controla a visão.
- Não é engraçado ser esta parte detrás do cérebro que controla os olhos, que são à frente?
- Pois é.
Podíamos ter ficado por ali a descobrir mais ossos e funções do corpo humano, mas a hora tardia não nos deixou. Fomos para a cama e mal nos deitámos o J. diz:
- Vamos fazer o jogo das palavras! A... ... ....
- Stop!
- Letra I.
- Igreja.
- Idiota.
- Índia.
- Itália.
- Índio.
- Mãe, índio não vale, já disseste índia.
- Vale, vale, disse Índia país, agora estou a dizer índio das tribos de índios.
- Ah, ok. Inglaterra.
- Ivone.
- Humm, humm... Espera estou a pensar...
- É melhor ficarmos por aqui. Já é tarde e tens que dormir.
- Não, quero continuar. Agora é a tua vez de dizeres o abecedário.
- Não, J., tens que dormir. Continuamos amanhã. Beijinho!
- Oh, está bem.
Despedimo-nos e fui à casa de banho. Quando estou na sanita, oiço:
- Intenso!
- Inventor!
No caminho para a sala:
- Investidor!
- Boa noite!
- Boa noite, mãe! Inverno!
Ahahahahah em vez de contar carneiros debita palavras, mas acho que em vez de adormecer desperta é muita hiper actividade naquela cabecinha
ResponderEliminarBeijoca
Concordo, Felina!
ResponderEliminarAquela cabecinha, às vezes, bem que precisa de descanso!
Bjs