Não venho para aqui lamentar a morte dos bombeiros. É claro que lamento, mas não acho que os meus lamentos cheguem a algum lado. Por isso, venho revoltar-me contra a morte dos bombeiros. Venho indignar-me com a dependência que temos em relação a uma das opções de vida mais nobres que conheço, a de ser bombeiro voluntário.
Sou contra o voluntariado! Acho a decisão de ser voluntário de uma nobreza imensa, mas sou contra o voluntariado. Especialmente, sou contra instituições viverem e dependerem do voluntariado. Ajuda humanitária, bombeiros, apoio social e causas idênticas mereciam profissionalização e, essencialmente, salários à altura da nobreza das causas. As causas não perderiam notabilidade se fossem devidamente pagas. Os bombeiros ou quaisquer outros voluntários não perderiam qualidade se fossem assalariados, bem assalariados. Antes, ganhariam qualidade. Teriam mais meios e condições para exercerem as suas funções e seriam merecidamente retribuídos por elas.
E nós, simples mortais, não dependeríamos de vidas oferecidas a governos que se demitem das funções humanitárias mais valiosas que existem. Não teríamos um Presidente da República que de vez em quando aparece a dizer umas palavrinhas simpáticas aos familiares e amigos dos bombeiros que arderam para salvar as nossas florestas e o nosso povo.
Teríamos um Presidente da República e um governo verdadeiramente envolvidos no combate aos fogos, porque este seria da sua inteira responsabilidade. E teríamos, um governo que investiria na prevenção dos fogos, em vez de servir interesses de terceiros ao deixar arder florestas inteiras, que forneceria meios técnicos e humanos às corporações de bombeiros, em vez de estas serem inteiramente dependentes de peditórios e caridade alheia, teríamos as pessoas que dão a vida para apagarem fogos merecidamente retribuídas pela luta incansável que travam.
E estas mortes, apesar de não deixarem de ser profundamente penosas e injustas, seriam em menos quantidade e, talvez, um pouco menos revoltantes.
E estas mortes, apesar de não deixarem de ser profundamente penosas e injustas, seriam em menos quantidade e, talvez, um pouco menos revoltantes.
Foto DAQUI |
Olá, adorei o seu blog, ao ler alguns posts, vi que você é uma pessoa esforçada que só quer falar e ser ouvida na blogosfera, assim como eu. Posso dizer que gostei muito do que li, vc tem um potencial enorme e sei que será um grande blog de fácil entendimento e conteúdo gostoso de ler. Sou Luciana Shirley do blog http://coisasecoisasdalu.blogspot.com.br/ se desejar me visite e siga, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.
ResponderEliminarQuerida Luciana Leal,
ResponderEliminarA autora deste blogue não segue blogues para que sigam o dela.
Se gostou tanto e quiser seguir este blogue, esteja à vontade que eu não a bloqueio, mas não vou nem sequer espreitar o seu blogue depois da sua conversa supostamente simpática.
Não gosto de cinismo por isso não cedo a quem lida comigo munido dele.
Felicidades
Eu percebo os teus argumentos e tens toda a razão no que dizes, mas dizer tão frontalmente que és contra o voluntariado, independentemente da área, deixou-me algo chocada. Havendo ou não apoios por quem de direito, se as pessoas sentirem que podem, devem e conseguem ser voluntários para alguma coisa, eu acho bem que o façam. Vejo-me a fazer isso daqui a uns anos.
ResponderEliminarPseudo,
ResponderEliminarNão sou contra acções voluntárias. Mas exercer um cargo, uma função, em voluntariado, substituindo profissionais parece-me mal, pois desvirtua a profissão e o próprio voluntariado desvalorizando-os, e faz com que certas funções dependam inteiramente da boa vontade das pessoas, perdendo a legitimidade, que mereciam, de existirem independentemente de haver gente capaz de trabalhar de graça.
É contra esta vertente do voluntariado que sou contra, não contra as boas acções voluntárias.
Espero ter-me feito entender...
Bjs
Já quis escrever sobre isto, aquando uma petição para todos deixarmos 1 euro nos bombeiros mais próximos, mas faltou-me a coragem.
ResponderEliminarObrigada.