Todos nos vendemos. Mais ou menos contentes com a venda em questão, todos os que vagueiam por este mercado de trabalho fora, se vendem. Uns vendem o corpo em trabalhos mais braçais, que exigem mais esforço físico, e outros vendem a inteligência, o cérebro e a alma, em trabalhos mais intelectuais.
A questão está no que preferimos vender.
Pessoalmente, quando o trabalho que estou a fazer não é nem de perto nem de longe a minha paixão, prefiro vender o corpo, porque a alma é coisa íntima, pessoal, que se deve preservar. Enquanto vendo o corpo, seja a lavar escadas ou a limpar casas-de-banho, a alma continua intacta e pode vaguear por onde lhe apetecer, sem que me seja descontado no ordenado o tempo gasto nestes passeios intelectuais.
Pelo contrário, se estiver num trabalho onde me pedem para vender a alma, o corpo poderá estar intacto, limpinho e cheiroso, mas a alma estará tão conspurcada que sentirei nojo de mim própria.
Por isso, a questão de "o que preferimos vender?" se transforma facilmente em "será que conseguimos encontrar uma causa pela qual valha a pena vender a alma?", "quanto podem pagar pela nossa alma?", "a que causa daríamos a nossa alma de graça?". E é aí, mesmo aí, que está o nosso preço, e apreço, pelo que fazemos...
É que a alma, coisa íntima e pessoal, é cara e não é para andar por aí em promiscuidades!
Concordo plenamente e a ti me junto, quando ando aqui a vender o meu corpo e vá o meu cérebro.
ResponderEliminarJá agora o que te fazia vender a alma?
Pois, Tanita, isso é o que eu vou ter que descobrir!
ResponderEliminarBjs
Pois... é um negócio difícil... necessidade a quanto obrigas?
ResponderEliminarBeijoca