Avançar para o conteúdo principal

Umbiguismo

Se há qualidade que admiro nas pessoas é a capacidade de olhar para uma determinada questão sob vários prismas. 

Podemos estar envolvidos na questão em causa ou não, mas conseguirmos distanciarmo-nos e colocarmo-nos no papel do(s) outro(s) é fundamental. Analisar determinado assunto sem termos esta capacidade de distanciamento, faz-nos tender a análises demasiado subjectivas. 
Claro que a primeira análise é sempre "a subjectiva". Examinamos a questão e sentimo-la na pele. Mas depois, há que conseguir sair da própria pele e tentar entrar na pele do(s) outro(s). É aí, exactamente aí, que conseguimos aproximarmo-nos da verdade das coisas. 

Aflige-me haver gente que se recusa a tal exercício. Uma coisa é não se conseguir, outra é negar-se a isso e agarrar-se ao seu próprio umbigo como uma lapa. 
"Só olho para isso, se me atingir!", " não quero saber desse assunto, porque não sofro desse mal!", ouve-se por aí, não directamente que parece mal, mas com acções que o demonstram abertamente. Aponta-se o dedo, espeta-se, até, o dedo no peito do outro e acusa-se "és assim e assado, porque fizeste isto ou aquilo!".

E tentar compreender a coisa primeiro? Não?

Imagem roubada por aí

Comentários

  1. É triste. Devemos saber calçar os sapatos dos outros.

    ResponderEliminar
  2. Essa tipo de apreciação subjetiva, infelizmente, é bastante vulgar, para mim tem vários um dos quais é egocentrismo.
    A minha avó tinha uma frase que se pode aplicar nestas situações: "Não te concentres apenas no teu umbigo, os outros também possuem um!"
    Abracinho meu!

    ResponderEliminar
  3. Verdade S*!
    Bjs

    Maria Teresa,
    Essa frase da sua avó diz tudo!
    Bjs

    ResponderEliminar
  4. As vezes pormos no papel de quem esta "de fora" enquanto estamos a viver certas situações difíceis é meio caminho andado para as superar.

    :)

    ResponderEliminar
  5. Sisi,
    Verdade! Também essa é uma boa perspectiva para se ver esta questão!
    ;)
    Bjs

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Vá lá, digam qualquer coisinha...
...por mais tramada que seja...

Mensagens populares deste blogue

Vejam só o que encontrei!

Resumindo :  Licenciatura em marketing (um profissional certificado); Gosto pela área comercial (amor cego que se venda barato);  De preferência, recém-licenciado (cabeça fresquinha e sem manhas); Com vontade de aprender (que aceite, feliz, todas as "óptimas" condições de trabalho que lhe oferecem, porque os ensinamentos não têm preço); Disponibilidade imediata (já a sair de casa e a arregaçar as mangas);  Carta de condução (vai de carro e não seguro, como a Leonor descalça do Camões);  Oito horas de trabalho por dia e não por noite (muito tempo luminoso para aprender, sem necessidade de acender velas). Tudo isto, a troco de: Um contrato a termo incerto (um trabalho p'rá vida); 550€ / mês de salário negociável (uma fortuna que pode ser negociável, caso o candidato seja um ingrato); Refeições incluídas (é melhor comer bem durante as horas de serviço, porque vai passar muita fominha a partir daquela hora do dia em que tiver de

O engano

O meu homem, enquanto estende a roupa (sim, cá em casa a roupa é cena dele. Somos estranhos, eu sei!), ouve música. Aliás, ele ouve sempre música, mas hoje, enquanto estava a ouvir música e a estender a roupa e eu a arrumar a loiça do almoço (sim, apesar do moço tratar da roupa, eu também faço umas coisitas cá por casa. Sim, eu sei, parece que somos mesmo estranhíssimos!), pôs os Pink Floyd a tocar. Ao som dos Pink Floyd, comecei a pensar que hoje há pouca cultura que faça as pessoas pensarem como por exemplo os Pink Ployd faziam; que conteste os poderes; que ponha em causa as ditas verdades universais; que cause indignação e contestação. Vivemos na sociedade do engano. Julgamos que temos liberdade, quando somos nós mesmos que restringimos a liberdade, calando-nos. Já não defendemos causas, mandamos umas bocas e ficamo-nos por aí. Os poderes estão instituídos e aceitamo-los, pura e simplesmente, sem um ai realmente sentido. Encolhemos os ombros e distraímo-nos com outras coisas par

Apneia

 Sempre esta coisa da escrita... De há uns anos para cá tornou-se uma necessidade como respirar. Tenho estado em apneia, eu sei. Não só, mas também, porque veio a depressão. Veio, assim, de mansinho, como que para não se fazer notar, instalando-se cá dentro (e cá fora). Começou por me devorar as entranhas qual parasita. Minou-me o corpo e o cérebro, sorvendo-me os neurónios e comendo-me as ideias, a criatividade e a imaginação. Invadiu-me a mente e instalou pensamentos neuróticos, medos, temores, terrores até. Fiquei simultaneamente cheia e vazia. E a vontade de me evaporar preencheu-me por completo, não deixando espaço para mais nada. Não escrevia há meses. Sinto-lhe a falta todos os dias. Mas havia (há) um medo tão grande de começar e só sair merda. E, no entanto, cá estou eu a escrever de novo. Mesmo que merda, a caneta deslizou sobre o papel e, agora, os dedos saltam de tecla em tecla como se daqui nunca tivessem saído. O olhar segue os gatafunhos, o pensamento destrinça frases e e